Apaixonados

Está é uma crônica de umas das melhores escritoras da atualidade, Martha Medeiros – ela que escreveu o livro “Divã” – e esse texto é brilhante, me passou uma mensagem incrível e quero partilhar com todos vocês. O nome dele é “Apaixonados”...

A questão é porque nos apaixonamos por Roberto e não por Vitor, ou por Elvira e não por Débora. Estamos sempre tentando justificar a escolha de um parceiro em detrimento do outro. A verdade é que a gente decide se apaixonar. Está predisposto a se envolver – o candidato a este amor tem que cumprir certos requisitos. Lógico, mas ele não é a razão primeira por termos sucumbido. A razão primeira somos nós mesmos. Cada vez que nos apaixonamos, estamos tendo uma nova chance de acertar. Estamos tendo a oportunidade de zerar nosso velocímetro. De sermos estreantes. Uma pessoa acaba de entrar na sua vida. Você é 0 km para ela. Tanto as informações que você passar quanto as atitudes que tomar serão novidades suprema - é a chance de você ser quem não conseguiu ser até agora . Um novo amor é a platéia ideal para nos reafirmarmos. Nada será cobrado nos primeiros momentos, você larga com vantagem, há expectativa em relação as suas idéias e emoções e boa vontade para aplaudi-las. Você é o dono do roteiro, você conduz a trama, apresenta seu personagem. Estar apaixonado por outro é, basicamente, estar apaixonado por si mesmo, em novíssima versão. Quantas mulheres e homens manifestam entre suspiros este desejo, mesmo estando casados? Um sem número deles quase todos atordoados com a própria inquietude. E, no entanto é simples de entender. Mesmo as pessoas felizes precisam reavaliar escolhas, confirmar sentimentos, renovar votos, corrigir erros. Apaixonar-se de novo pelos seus próprios parceiros nem sempre dá conta disso. Eles já conhecem todos os nossos truques, sabem contra o quê a gente briga, somos tão previsíveis a eles, e no momento o que precisamos é de alguém virgem de nós, que permita a recriação de nós mesmos. Precisamos nos apaixonar para justamente corrigir o que fizemos de errado enquanto compartilhávamos a vida com nossos parceiros, e cujo dia a dia, problemas, situação. Compartilhavamos a vida com nossos parceiros, e cujo dia a dia, problemas, situações difíceis, a própria rotina, o se conhecer profundamente. Sem que isso signifique abrir mão deles. Isso explica o fato de pessoas sentirem necessidade de relações paralelas, mesmo estando felizes com a/o “oficial”. Explica, mas não alivia. Como é complicado viver !!!

Espero que tenham gostado da crônica, assim como eu e até o próximo post!!

Comentários

Anônimo disse…
Amigo adoro as crônicas que vc escolhe. São perfeitas. Essa diz muito sobre fatos que sempre pensei. para se apaixonar é preciso arrumar a casa e se tornar "virgem" como a autora diz. A pessoa nova merece tudo novo de nós. Adorei!

Vc é muito especial!!!
Te adoro
Tata ♥

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