Relatos

Lá fora a chuva passou. Até raios de sol ousaram sair. Mas aqui dentro, num canto qualquer desse apartamento, o frio ainda permanece. Pois foi uma das poucas coisas que me restaram. Você se foi levando meu calor, que hoje já sei entrega a um outro alguém. O brilho em meu olhar também não existe mais. Tudo parece estar diferente. As horas seguem arrastando-se, as flores amarelas secaram, mesmo assim você está bem. De repente, apareceu com um novo sorriso, com uma felicidade, que confesso - com dor no coração - que nunca pareceu sentir comigo. Amei a ti, como um viciado ama sua droga. E agora sou como um fumante largando o vício do cigarro, é mais um dia. Meus sentimentos não acabam-se como o virar da página de um livro ou com o fim de um CD que está rolando. Planejei um futuro, onde lhe inclui em tudo, sem consultá-lo se ia querer estar comigo. Deixou-me sem crise, disse simplesmente acabou e assim como uma criança quando enjoa de um brinquedo, jogou-me pra lá. Deixando um enorme vazio em mim, que ainda lateja. Ainda pulsa o último respirar. Porém sei que um dia vai passar. Um dia acordarei sem lembrar do seu perfume, do seu toque. Não existe mágica, nem uma receita pronta para isso, entretanto não posso esperar por quem não quer me amar. Nosso roteiro chegou ao fim, sem chance de uma nova adaptação ou continuação. O que era doce se acabou. Tudo finalizado e logo vai passar. Meu coração, erroneamente, te escolheu, entretanto o destino assim não quis. Agora vivo, quem sabe melhor assim, sem você.

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