Estranho jeito de amar

A chuva desaba por aqui. O vento traz no ar o seu perfume e assim lembro-me do que deveria ser esquecido. Há tempos sonho com aquele amor sincero e verdadeiro, aquele que nos faz perder o sono, ouvir o badalo dos sinos, imaginar e querer ser a melhor pessoa que há. Por conta desse desejo cometo os piores erros, meto os pés pelas mãos e depois tenho que arcar com as conseqüências. Cada dia mais sinto que viver não vale tão a pena, cansei de mentiras e ilusões, a felicidade – pelo menos para mim – é sempre uma quimera. A solidão é minha inerente companhia. Basta!! Não aguento mais o sucessivo erro que aparece em meu destino. É sempre o mesmo roteiro, o mesmo clichê, como um disco riscado que fica sempre repetindo a mesma coisa, tudo novamente e hoje me pergunto o porquê. É como se todos os momentos eu estivesse na ponta de um alto edifício, clamando com todas as forças dos meus pulmões para que alguém me ame mais que tudo nesse planeta. Não é nem mais possível remendar esse pobre coração. Cresci achando que bastava acreditar, que os desejos – mesmos os mais ocultos – irão se realizar. Entretanto nem sempre é assim. Posso ir à cartomante da esquina, que promete trazer a pessoa amada em três dias, mas o fato é que quando um não quer dois não ficam, ou seja, nem que o “trabalho” mais poderoso seja feito, só dará certo se o amor ali se instalar. Aconteceu, mais uma vez excessivamente desejei, entreguei meus mais íntimos instantes, declamei as palavras mais singelas, vi o obscuro amor tripudiar sobre o meu destempero. Não dá mais, uso todos os meus artifícios, meus truques, minha vida sentimental é sempre uma catástrofe emocional. Já não creio mais no para sempre. Muito menos que irei ser feliz um dia. As lágrimas caem sem nem sentir. Acreditei ter encontrado a exceção que buscava, porém foi mais um, mais uma irrisória paixão. O amor está cada vez mais distante e eu nem tenho mais forças para voar atrás dele. Tudo está um breu, sem cor. Todos os sentimentos vividos, todas as histórias já passadas fazem parte daquele ontem. Hoje não tenho um abraço, ninguém sorri pra mim, nem escuta meus gracejos. Ontem te amei. Hoje sofro. E amanhã não sei como será. Dizem que o tempo é o grande sábio, cura tristeza, sara as mágoas, fecha as cicatrizes e no momento certo nos presenteia com o melhor. Se realmente é assim, confesso que ainda não sei. Só com o passar dos dias, meses, anos poderei saber. O jeito é esperar o depois, que será como Deus quiser. Estou pronto para estar só, a solidão e eu já somos siamesas. Concluo então, que se o futuro for como aquele ontem, será e eu vou me adaptar. Agora é esperar os próximos capítulos..

Comentários

Diego Dittrich disse…
Muito bom, Del!
Parabéns! É incrível pq foi como se eu estivesse lendo um diário, um desabafo verdadeiro, do fundo da alma! *-*

Gostei muito!

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