Complexos de Mudança


Tenho pensado nas mudanças da vida. Mudam as estações do ano, o casal sensação da novela das oitos, os titulares da seleção, as ideias do governo, muda o vocalista do grupo de pagode e até o elenco da "Malhação". Só o que não muda é meu enredo. As meninas mudam a cor do cabelo e do esmalte, os rapazes trocam de carro e as crianças crescem e mudam também. Mas minha vida não. Precisa de uma virada e não é de ano, pois esse inevitavelmente sempre muda também. Na parede do meu quarto encontra-se o meu mural de fotos, onde nelas, estou com um sorriso estampado e pergunto-me onde ele foi parar. Hoje só as lágrimas estão aparentes. Voltando as fotos, sinto uma pequena inveja daquele que está entre amigos e ídolos, pois ele apesar de tudo é feliz, mesmo que momentaneamente. Ando carregando uma tristeza profunda, lamento os amores não correspondidos. Vivo implorando atenção, suplicando por paixão, pior ainda sempre em vão. Acabou a vontade de comemorar aniversários, réveillon e derivados, pois penso que será apenas mais uma comemoração e o abraço que tanto espero - e quero - não virá. Admito não estar dando devido valor aos familiares e amigos, no momento que vivo esses amores não curam as cicatrizes que trago nesse coração. No peito, cheio de rachaduras, não há mais esperança. Vontade de ir a cartomante mais próxima, quem sabe ficar sabendo o que vai acontecer, me faz conseguir mudar alguma coisa?! Sei que não devia reclamar tanto, afinal de contas, tenho uma vida bacana. Casa, comida, leio bons livros, escuto excelentes canções, vou ao cinema e ao teatro diariamente, e ainda, roupas lavadas e passadas. Não morro de frio, há não ser quando cometo o lapso de esquecer o casaco. E tenho uma cama pra dormir e um teto pra me abrigar. É não posso reclamar, graças a Deus. Mas tenho o direito de sentir falta de nunca ter ouvido um "eu te amo". Os dias têm passado devagar, as atividades que faço me ocupam o tempo, mas não os pensamentos. Não creio mais nos sonhos. Abro mão de opiniões, no meu livro da vida há páginas rasgadas, queimadas. No meu diário há várias recordações, mas diversas ruins e por incrível que pareça por minha própria e inocente culpa. Costumo me entregar, de coração aberto e rápido demais, se preciso me atiro no precipício mais alto e o que recebo em troca?! Nada!!! Sou usado como uma criança faz com um brinquedo que perde sua utilidade. Não aguento mais essa dor. Vivo dizendo que estou calejado, entretanto tudo acontece de novo. São as mesmas histórias, os mesmo clichês, não mudam. Preciso e clamo pelo inesperado. Chega de amar calado. Tento crer que é só uma fase, porém parece que não muda, e até as fases da lua mudam. Não aguento mais, pra mim só dá mal-me-quer. Portanto volto a falar de mudanças. Quero o novo, chega do trivial. Até o "Jornal Nacional" mudou, afinal Fátima Bernardes não faz mais parte da bancada, depois de tantos anos. Sinto como uma das personagens de "Desperate Housewives", pronto a explodir em qualquer instante. Vivo sem limites para o amor e vamos ver até quando ainda será assim. Quem sabe eu finalmente acho o rumo certo. E enfim comece a viver, pois por hora estou apenas convivendo e sobrevivendo.

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