Paisagem

Ela observa mais um luar através da janela, enquanto se pergunta o que ainda faz aqui. Ela sabe que só vai ser mais uma história que vai doer e deixará mais uma cicatriz junto a tantas outras. Sabe que todas as lágrimas caídas no travesseiro ao final do dia serão em vão. Sabe que as cartas que escreveu só lhe trarão recordações que vai querer esquecer. Mas ela sabe também que não pode mudar essa condição, é totalmente carente, concorda quando Caetano diz na canção "é que um carinho às vezes caí bem". 
O dia amanhecia, a fresta da janela anunciava um dia de sol, era um novo dia convidado-a viver e apreciar a linda paisagem. Entretanto ela ainda continuava deitada, pensando como pode um sol tão lindo se abrir no céu, enquanto tudo dentro dela era pura escuridão. A solidão era sua única fiel companhia. Queria como lema aquela canção do Zeca, que diz "deixa a vida me levar". Viver para ela tem sido como um tiro no escuro, ela mesma diz a si, para não ser mais boba. Mas ela sabe ainda que não tem mais forças para forçar um sorriso, não dá mais pra ficar se escondendo pelos cantos, até alguém sentir sua falta. Ela começa a aceitar que nada durará para sempre. 
E quando mais uma noite chega, a lua cheia a faz pensar que um dia quando menos esperar tudo vai se ajeitar, será diferente. E que depois de tantas dores, chegará o tempo de ser feliz, pois como diz Lulu na canção "e não há tempo que falte" e nesse dia deixará escrito no espelho "fui ser feliz" e dessa vez, ela terá ido mesmo.  

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