Enquanto o amor não vem

Na última semana, um grande amigo, daqueles especiais que Deus coloca em sua vida, fez eu me desprender de um dos meus maiores preconceitos. Ler um livro de auto-ajuda! Sempre fui contra a esse estilo, como leitor assíduo, nunca me permitir a obras assim. Ele me indicou ler “Enquanto o amor não vem”, aliás, não só indicou, me emprestou, pois me conhecendo tão bem, sabia que eu ia enrolar, não ia comprar o livro, ia adiar para o próximo ano, e assim ia até ele esquecer!
O livro, escrito por Iyanla Vanzant, basicamente fala busca por si próprio antes de pensar em dividir você com outro alguém. E penso agora, depois de ter virado a última página, que o mais importante foi perceber que alguém já sofreu ou sofrem tanto por amor, como eu! Demorei a perceber que o amor, como diz o livro, é uma experiência pessoal e que necessariamente nem precisa do outro, ou ser vivido com alguém, pra ter a sensação do mesmo. Ainda estou na fase do acreditar no amor, mesmo diante de todas as histórias vividas e, em sua maioria, mal sucedidas. Hoje digo que o amor não me machucaria mais. Mas comecei a perceber que eu na verdade não reconhecia o que era o amor e aquilo que eu pensei que tinha sentido na verdade era uma etapa necessária para meu autoconhecimento, aprendi isso, porque aprendi e aceitei que o amor verdadeiro não dói, não machuca. O que machuca são as paixões, os desejos e as aventuras vividas, enquanto esse verdadeiro amor não vem. Ser amado é além do que ter suas necessidades e carências preenchidas. É saber se soltar dos medos, deixar suas feridas serem sanadas, tomar decisões e não julgar os acontecimentos no momento de raiva e ressentimento. Amar é ficar bem consigo mesmo. É aprender a ouvir seu interior e aprender a ouvir realmente o que quer. O começo do livro da Iyanla trata sobre o momento da espera, do 'aguardar'. Do que fazer enquanto o amor não vem ao nosso encontro. Porque percebi tardiamente que o amor não é algo que se corre atrás, que se busca que se conquista como se fossem terras a serem desbravadas, mas sim algo inesperado que simplesmente chega e cai de surpresa no seu colo, sem pedidos, sem convites e transforma toda sua vida em volta. A maior parte de nós, inclusive eu, confesso, achamos que já amamos na vida e que o amor só aparece uma única vez. Fomos machucados, magoados, pisados e nos fechamos para qualquer outro sentimento de qualquer outra pessoa que surja depois disso. Viramos meio que uma pedra, sem sentimentos, só ali estática seguindo em sua função de apenas existir. É sempre assim, corremos tanto atrás do amor e quando achamos que encontramos não é nada parecido com aquilo que pensávamos e nos sentimos perdidos, frustrados, iludidos. E pior, desapontados. Pois infelizmente, tendemos a acreditar que vamos sempre viver as mesmas coisas, sempre que nos dedicarmos a tal sentimento. Tenho muita bagunça de relacionamentos passados que atrapalham qualquer outro futuro relacionamento que eu possa ter. A bagunça é enorme e a necessidade de uma grande faxina também. Com o livro percebi que passamos a vida inteira querendo amor e aceitação das pessoas que somos capazes de fazer qualquer coisa. Inclusive não nos respeitar. Você encontra aquele alguém especial, acredita que ela é a pessoa certa e seus alarmes internos te mostram que não é, mesmo assim você insiste só por medo da solidão. Aceitamos o pouco que nos é dado, porque acabamos achando que não merecemos o muito. Começa a acreditar naquela máxima de que amar pelos dois sempre será suficiente, só pra ter alguém. Confundimos gentileza e amizade com amor romântico. Ficamos num relacionamento por teimosia, tentando resolver problemas que nunca serão resolvidos, mesmo estando infelizes, só porque nos 'ensinaram' assim.  Ou por simplesmente, acreditar que ter um namoro – o que muitas das vezes é apenas um ficar, um sair – é o que há de mais importante nessa vida. Aprendi com o livro que é necessário limpar o coração para que o amor possa chegar. E até mesmo para parar de confundir essas atrações, relações vazias, com o tão sonhado amor. Ninguém, nenhuma outra pessoa pode realizar uma coisa que cabe a você eliminar de sua vida.  Pra ser muito sincero, não sei se o livro me ensinou algo pra acalmar o coração, pra esperar com paciência e, mais ainda, pra crer que uma hora o verdadeiro amor acontecerá.  Entretanto ficou claro que posso sempre aprender um pouco mais sobre mim, sobre o que eu quero. Aceitar meus erros e acreditar que sempre amanhecerá um novo dia, o qual não posso prever o que acontecerá.  E aprendi mais ainda, talvez mesmo não sendo o foco do livro, o quanto sou grato a Deus pelo que tenho, pelas realizações mesmo não sendo merecedor, pois sofro por coisas boas e faço drama pelo mínimo, pra ser sincero, nem sei se isso um dia vou mudar, mas perceber isso já é um grande passo. Fechei o livro, acreditando que uma hora o amor cruzará meu caminho e vai decidir ficar, e por vontade própria. E isso já me faz tão bem!
Leoh, muito, muito obrigado primeiro por ter se tornado meu amigo, por me aceitar como sou, por me aturar principalmente nos dias de mau humor, onde minha grosseria e drama ficam tão evidentes. Pela intenção e preocupação, em me fazer ler esse livro. Quem sabe, mesmo que involuntariamente, as mudanças aconteçam. Adoro você!!!

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