Uma das cartas que não mando

Queria que estivesse aqui. Pior é não poder colocar a culpa na falta de tempo, na correria do dia a dia ou na distância. Dói passar os dias, sem te abraçar, sem te olhar de perto e sem o seu sorriso ao acordar. O ponteiro corre, a noite cai, olho para o teto, troco a TV de canal, mas você da mente não sai. E eu cansei desses momentos repetidos, essas lembranças já decoradas. Quero cenas inéditas, criar outros episódios e que, no final, você esteja aqui. Entretanto sempre será uma encenação, você  não escolheu ficar comigo. O destino, injusto, insiste em mandar pistas, sem entender que quem quebrou o tratado foi você. Você que não quis, minha vida ocupar. Eu queria ser a pessoa que mais te dá alegrias, a que mais entende, aquela que apenas cuida. Precisei de você, mas não me segurou, não impediu e, inevitavelmente, tive que ir. 
O tempo corre e não tenho como ficar, vendo a vida passar, assim como a estrada diante da janela do carro. Hora de substituir a lágrima, pelo mais branco sorriso. Continuar a crer na esperança de que o dia amanhã será melhor. Não cabe mais a mim, querer te entender, te ouvir e apresentar as estrelas no céu. Hora do adeus. Última vez que lhe escrevo e que lamento não ter te abraçado, no derradeiro encontro, por mais cinco minutos. Só aconselho, que saiba valorizar a próxima pessoa que te querer, pois um piscar de olhos tudo pode se perder. Como você me perdeu e, no futuro não muito distante, pode ser tarde pra valorizar quem te ama. Tarde pra querer um abraço ou aquele gesto nobre, que sempre esteve a sua disposição e suas mãos, por opção, não alcançaram. Amanhã pode ser muito tarde pra ser feliz!!

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