Sobre o amor, o querer amar e as pessoas que não amam

"Socorro, alguém me dê um coração, que esse já não bate, nem apanha". Mais que nunca, o trecho de Arnaldo Antunes faz sentido. Eu que sempre gostei de ter o coração meio vagabundo, que se encantava fácil, bastava que alguém tratasse bem, estou sem paciência de conhecer gente. E olha que nunca fui de exigir o amor em troca, só queria uma história a toa, por menor que fosse, para não ter que lidar com o egoísmo da solidão. A questão é que as pessoas interessantes estão em extinção, não sirvo para esses relacionamentos contemporâneos. Essa forma de amor que inventaram no século da pressa, onde as pessoas estão sem imediatismo e exigências. Não adianta mais flores, mostrar que gosta e responder mensagem na hora, tem que deixar a coisas fluírem. Não sou desse que deixa acontecer, quero promessas cumpridas e quero pra ontem. E quando me recupero dos arranhões deixados pela última aventura, insisto em mais uma, até que desviem o caminho. E desviam, sem nem se preocupar em mandar uma mensagem de sobreaviso. 
Quero aquela sensação boa, que vai crescendo do nada e com arrepios. Chega de frases não ditas e a cabeça produzindo mil histórias, para acalmar esse coração apaixonado. Quero ver as entrelinhas, chegar sem pedir licença, muito menos se preocupar se vou rir ou chorar. Entre a promessa do para sempre e a indecisão do quem sabe, quero viver nas ruas tortas do caminho. 
Viver de amor, sem se preocupar se feridas voltarão a sangrar. Ditar o ritmo da dança e aquela ansiedade para encontrar, o silêncio agonizante antes de dormir, pensar nos beijos não dados e nas mãos que ainda não estão entrelaçadas. Entretanto, como disse, a paciência para tudo isso, está esgotada. Porque não se encontra mais quem se atire, no precipício da paixão, sem saber o que pode encontrar. Amor é pra gente descontrolada, mal planejada, que deixa o tempo fugir pelas frestas dos dedos. É para aqueles que cansam, recuam, seguem em frente, choram e sem escudos de defesa. Amar é para quem aprende a nadar, depois de quase ter morrido afogado. E ainda dá risada disso. A verdade é que o amor é para os fracos. Gente fraca (mesmo) que aprendeu a ser forte por causa do amor. 

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