Um amor de verdade

Cazuza que me perdoe, mas não sei se consigo viver a sorte de um amor tranquilo. Sou acostumado a coração acelerado, o frio na barriga e os pensamentos em descompasso. Sou do tipo valente que ama e se destrói num golpe, se preciso for. Quero beijos no meio de uma briga, gritar um eu te amo no meio daquela frase sem sentido. Trago dores na alma, cicatrizes nunca saradas. Meus precipícios e abismos sem fim são certezas, ou seja, nada de paz. Amor dispensa cronômetros, não quero hora marcada, quero urgência e quero pressa. Gosto daqueles que desmontam a mim feito peças de lego, relações frágeis como castelo de cartas são meu forte. Quero a sorte de um amor fora do comum, aquela relação avassaladora, em que as borboletas no estômago não param de voar e que não me deixam dormir pela ansiedade de um encontro. Amores turbulentos fazem parte de mim. 
Mas veja bem, gosto da calmaria de uma conchinha. De um abraço de bom dia, seguido de um "que bom que você está aqui" e da saudade antes mesmo de partir. E claro que quero a sensação de poder se jogar na certeza de que o outro vai me segurar. O coração cansa de tanto desespero e sufoco, porém também não pode ser aquele amor fraco. Quero um amor do tipo cometa que atravessa a gente sem aviso de chegada e isso nunca será tranquilo. Amor mesmo chega a doer, mesmo sem nos fazer sofrer. A verdade é que nunca vivi a delícia de um amor facinho, então não sei o sabor da fruta mordida.
Amor, pra ser de verdade, não tem fórmula, nem é exato. Vai ter turbulência, porém não vai ser devastador o tempo todo. Vai sobrar vontade de permanecer juntos, mas também pode haver falta de paciência. Só vamos conhecer um amor de verdade sobrevivendo a um. E sendo tranquilo ou não, a recompensa será linda. 

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