Depois do fim

Depois de tanto tempo e outras coisas, continuou sendo minha grande mágoa amorosa. Veja bem, meu bem, eu te esqueci. Mas todos nós, sim todos nós, temos uma grande mágoa que persiste em se instalar num canto vago do peito. Você é a minha mágoa que até machuca às vezes, mesmo que eu não sinta mais nada. É uma pena, pois você não vale a pena, é aquela história sem início, meio e fim definidos. É aquela história qualquer que vivi uns dias desses. 
Qualquer dia até passo em frente à sua casa e resolvo tocar a campainha, quem sabe te dou aquele abraço que eu não quis dar quando você quis acabar tudo numa boa. Sim, para mim não estava tudo bem. Tinha me apegado a você como a um trevo de quatro folhas e de repente, fiquei sem minha sorte. Lembro que depois de uns meses, perguntei aos nossos amigos em comum, se você tinha seguido em frente. E sem pretensão de saber se sentia minha falta, eu só queria saber se estava bem, se não tinha desistido da faculdade, se ainda sofria quando o Flamengo perdia, se ainda ouvia o Caetano e o Marcelo Camelo, que te apresentei, eram perguntas sinceras mesmo e não por dor de cotovelo. 
Eu nunca respondi sua mensagem que dizia "não me odeia". Desculpe, porém não consegui. Pensei que você sempre ia continuar ali, no mesmo lugar deixei, porém sem nunca encontrar, sem ser meu, mas ali ao alcance da vista. Nossa, que doideira. O ponto é que minha dor era invisível para você, mas é claro, isso só importa para quem a sente. O lance é que eu não entendia como acaba para um e para o outro não. É difícil pro lado que ainda ama. Nem sei mais precisar quanto tempo durou essa fossa, quanto tempo passei sentindo sua falta e nem quanto tempo faz que não choro mais, por você. Mas eu precisava sentir, deixei a dor durar o tempo que precisava ter. Descobri que um dia a gente cicatriza, não o machucado, a gente. 
A vida passou, ainda dou umas cambaleadas, tenho uns arranhões, entretanto tudo entra nos eixos. Porque qualquer hora, passa. Ficam só as lembranças, uma saudadezinha do nada, como hoje. Mas só. Depois do fim, a vida continua. Como eu queria ainda ter o número do seu telefone, para finalmente te responder "não te odeio mais...".

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