Faz parte

Sim, assumo que sou esquisitamente carente, mas isso faz parte da minha essência. Sou do tipo que se entrega, se doa e que só quer alguém para abraçar. Queria uma mão para segurar como se ela fosse o bem mais precioso e fosse capaz de me proteger caso o mundo acabasse. Aquele olhar no primeiro encontro, vendo o céu refletido nele, enquanto todo mundo grita e anda correndo para todos os lados na cidade. Mas é só uma ilusão. Sou uma ilha de esperança, mas rodeada de frustrações. Vai ver que meus sentimentos são mesmo tortos, errados, atrasados ou incompletos. Mas ainda assim são meus. Vivo com cicatrizes que viram arranhão e secam até que sejam pele nova outra vez. 
Ainda sou o tipo de pessoa que ouve música e chora. Cara, eu choro! Sabe o quão raro isso é? As lágrimas escorrem dos meus olhos, enquanto penso que o problema não sou eu. Ou melhor, que sou eu. Que ainda quero alguém para cuidar, para amar, para estar juntos nesse mundo tão individual. No meio de sete bilhões de pessoas, quero encontrar quem seja o diferencial. Vivo brincando de amar como se brinca de roleta-russa. Desde que comecei a amar foi assim, sempre desejei afeto, sempre fui carente de atenção. Dando demais e recebendo de menos. Faz parte de mim. Até contrariei minhas próprias expectativas e sobrevivi os amores rasos. 
São tentativas furadas, histórias sem fins e, pior ainda, sem começos. Chega de amores mendigados. Ninguém merece implorar para ter alguém. Ninguém merece um beijo roubado, um abraço suplicado, um afago comprado. Quero que o destino me dê alguém para chamar de meu e ele dá mais um karma. Eu gosto de ter o coração acelerado e receber tudo com intensidade, chega de piedade. Prefiro ir ao cinema desacompanhado do que ter ao meu lado quem não se emocione com o enredo do John Green ou nem sequer ria das piadas do Adam Sandler.
Tenho fome de paixão. Quero abraços apertados, beijos no meio das falas, mãos dadas e aquele bom dia cheio de segundas intenções. Chega de aceitar migalha e fingir que isso enche a minha barriga. Quero mais, quero alguém que some, que não suma. E que apesar das diferenças e das escolhas, resolva comigo ficar. Alguém que se permita sentir. Sim, alguém que sinta. Que seja de verdade. Só preciso que acalme meu coração, que transforme minha agitação em calmaria e que coloque minha insônia para dormir. Quero uma história para deixar Eduardo e Mônica com inveja, mesmo que eu ainda não saiba quais são as razões para as coisas feitas para o coração. Chega de encontros vãos. Reservo espaços únicos àqueles que se arriscam entrar nessa bagunça do meu coração. E a esse meu coração, eu só digo: calma, uma hora vai dar certo. Eu não tenho mais pressa, só peço que valha a pena a espera. No mais, tudo bem! 

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