Não quero mais
Não sou mais um adolescente com tempo para brincar com a
vida. Portanto se gosta de joguinhos, frases nas estrelinhas, sinto muito, não
vai rolar. Não tenho mais tempo para desperdiçar tentando. Não sou de meias
palavras, nem falo meias verdades. Posso corar ao dizer que quero alguém, posso
ficar tímido ao confessar meus desejos e até chorar relembrando uma saudade,
entretanto guardar quaisquer coisas dentro de mim é impossível.
Teve um tempo que eu até acreditei que era melhor ter alguém
por ter, mesmo sem o outro estar na mesma vibe. Porém chega uma hora que a
gente perde o interesse. E isso não quer dizer que encontrei outro alguém ou
que ocupei o espaço no coração, nada a ver. Só significa que cansei do
desgaste, do excesso de tentar.
A espera não é uma escolha, simplesmente acontece. Acontece
de a gente esperar tempo demais e acabar sentado no meio-fio solitário. Mais
uma hora vai acontecer de alguém salvar a gente, salvar dessa espera. Por isso,
se você vai salvar, então venha. Porque esperar em vão, pela enésima vez, não
vai rolar.
Quero alguém que beije minha mão, a mesma que outros
largaram. Quero alguém que fique, pois estou cansado de ver as pessoas
partindo. Desisto de quem estava aqui, mas não é presente. E nem se mostrava
perto, mesmo estando do lado. Chega uma hora que se entregar sozinho
sobrecarrega. E aquele jogo de procurar, ter paciência, esperar e conversar,
quando o outro quer, vira um fardo, pesado demais.
Por isso, não tenho mais interesse. Melhor ser sozinho, do
que se sentir vazio, com alguém no espaço. Abri os olhos e percebi que não
preciso do outro para ser feliz ou para ficar bem. Parei de esperar por quem me
esquece num canto qualquer. É uma tortura dolorosa querer aquele alguém que não
se pode ter a ponto de fazer o próprio universo girar em torno total da pessoa.
Portanto, chega. Parei de planejar uma série de encontros que nunca
acontecerão. Por conta disso perdi o interesse, parei de me esforçar demais,
por quem nem uma pena move.
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